dezembro 27, 2011

Livros e leituras.

Sou aficionado por leitura. Não por literatura ou estudos, mas apenas pelo simples ato de ler uma história bem escrita. Desde pequeno fui acostumado com HQs (histórias em quadrinho). Pausa para divagar: um dia ainda falarei sobre a importância das HQs na educação e formação das pessoas. Hoje, ainda apreciador de HQs, consumo muito menos e me dedico mais às prosas.
Surpresa nenhuma, alguns diriam, por causa de eu ser professor. O que essas pessoas não sabem é que professores de hoje, infelizmente, já não são aqueles intelectuais de antigamente. A maioria, quando muito, domina a sua própria matéria. Não falo isso indignado ou revoltado, apenas com um desânimo proveniente da observação.
Voltando ao ponto, eu gosto de ler, mas gosto de escolher o que eu leio. Artigos científicos, afinal sou um químico e me interesso, desde sempre, por ciências, eu gosto e até preciso para responder as dúvidas quando misturam aguinhas na Eliana e Cia. Artigos pedagógicos, psicologia barata e auto-ajuda passo longe, prefiro ver filme dublado ou reprise de jogo de segunda divisão.
Vejo muito professor que em momento de folga se dedica a livros voltados para a educação. Só falam sobre trabalho e, quando dizemos que ainda não lemos aquela tese (nas entrelinhas, nunca leremos), nos olham de cima, com reprovação. Bom pra eles.
Eu ainda sou da opinião que uma pessoa se dedica em excesso a um só assunto, seja ele a profissão, namoro, filhos, time de futebol, malhação ou o que seja, demostra que sua vida está incompleta e quer compensar, mas é só uma opinião de quem se dedica a tudo, mas com pesos diferentes.
Eu ainda prefiro escolher o que eu quero ler, de clássicos de Gabriel Garcia Marques, Kafka, Orwell a autores novos, passando por crônicas e HQs. Não tenho um gênero preferido, desde que seja bem escrita e que passe muito mais do que estão nas letras, eu leio.
A consequência disso e que sou considerado chato por muitas pessoas, por sempre saber (às vezes muito mais que a média) da maioria dos assuntos, ter uma opinião e saber defendê-la. Mas que culpa eu tenho, é natural pra mim.
Ninguém e obrigado a gostar de ler, mas que isso indiscutivelmente ajuda na hora de se expressar e de entender o que as outras pessoas querem dizer, é inegável.

Religião: palavras e testemunhos.

Sou de uma família tradicionalmente Evangélica, desde muito cedo fui enfiado dentro da escola Dominical. Não, não escolhi errado as palavras, o termo é esse mesmo. Me o brigavam a ir todo o domingo, com Piquet x Senna na F1 e todos meus colegas indo para a praia.
O que não contavam é que conforme fui crescendo, o que deveria ter virado uma doutrina, um dogma a ser seguido virou questionamento. As palavras simplesmente não batiam com os atos e, para mim, isso era é ainda é inaceitável. O pior, ao meu ver, é que não são atos conscientes que vão de encontro do que se prega, são as palavras repetidas com a convicção de um papagaio que são exatamente o oposto do atos.
Não falo de atos conscientes, de escolhas bem pesadas, como roubar ou não, trair ou não, mentir ou não. Falo daquelas escolhas inconscientes que espelham o caráter da pessoa. Julgamentos preconceituosos, fofocas, egoísmo. Isso não controlamos, apenas demonstramos e algumas outras pessoas começam a perceber. Falam de Livre Arbítrio, mas você só é livre para concordar. Falam de sacrifício e caridade, mas tudo tem que ser feito como e na hora que querem, dane-se a sua vontade, planos e compromissos. Bradam aos quatro ventos "não jugueis para não serdes julgados", mas te condenam se for diferente deles, se pensar diferente deles.
Disso tudo, o que me incomoda de verdade é o egoísmo. Basta você querer fazer outra coisa para se aborrecer. não te perguntam, não te respeitam e ainda acham errado se você demonstra insatisfação com alguma coisa, esquecem que os outros também têm vida, e não é dependente deles. Quando ousamos reclamar se fazem de vítima com argumentos estúpidos que só geram ainda mais raiva.
Fico perguntando se isso é acreditar em algum tipo de Deus, o Deus deles. É se sentir o próprio Deus, né? Todo o universo gira em torno dos respectivos umbigos, nada mais somos que servos autômatos cujo o único objetivo é fazer a vontade desses auto-intitulado deuses. Para eles, ter vontade própria é ofensivo.
Aí vão dizer que eu não posso dizer que todos os crentes são assim, por causa de uns e blá blá blá. Mas não são uns, são TODOS os que eu conheço, e eu quero que me respeitem, então não posso, não quero e não vou ser assim.