abril 23, 2008

Quando a solução se torna parte do problema.

Atualmente qualquer pessoa com um ínfimo senso de moral e caráter está indignada com os rumos que a situação está tomando. Ninguém cumpre mais lei ou regulamento nenhum, pouco importa se é um Regimento Interno de um colégio ou a Constituição Federal. A sempre uma desculpa para descumprir essa ou aquela lei.
O respeito às leis que deveria ser ensinado na infância pela família e reforçado na escola foi substituído pela cultura do jeitinho. Há sempre um modo de se transformar o errado em aceitável, de se retirar o direito de quem estar certo, de se perdoar uma falta. Há sempre uma desculpa esfarrapada para ignorar o que deveria valer para todo mundo.
Parte desse desvio de cultura vem da (ausência da?) família, que não educa mais e substituíram a presença pelos presentes, mas famílias boas e ruins sempre existiram e isso, portanto, não é nenhuma novidade.
Agora a última linha de defesa entre a civilidade e o caos, a Escola, está sendo explodida. Um aluno hoje pode tudo, tem direito a tudo e dever de nada. Regimentos internos que deveriam servir como regra de conduta geral quanto à aparência e ao comportamento são totalmente ignorados e, o pior, com o incentivo de alguns professores tidos - por eles próprios - como moderninhos.
Não é por aí que se educa uma pessoa para o mundo aqui fora, cheio de regras e obrigações.
Concordo que algumas regras, tais como cabelos grandes e brincos hoje não fazem assim tanto sentido, mas ainda assim são regras e, enquanto estiverem em vigor, devem ser cumpridas. Agora eu me pergunto como um "professor", que gosta de se intitular "educador", tem a ínfima pretensão de educar alguém se o primeiro sinal que fala é para respeitar apenas as regras com que concordamos? Por gente assim, que não são profissionais, que a educação está do jeito que está.
Um Regimento Interno pode ser retrógrado, antiquado ou o que seja mas, ainda assim, é um Regimento Interno. Não pode simplesmente ser ignorado.
O que deveríamos ensinar é que uma lei deve ser cumprida, mas que ela não é imutável. Devemos e podemos discutir leis, adequá-las à realidade, mas nunca ignorá-las apenas porque não concordamos com ela. Deveríamos ensiná-los a lutar pelos seus direitos, não a ignorarem regras de convivência.
A escola que esses "educadores liberais" querem é uma que ensinem que tudo é permitido para "nós" e nada para "eles". Sinto vergonha de profissionais que agem desse jeito. E ainda atrapalham aqueles que querem dar aula de maneira séria e precisam de um mínimo de disciplina para isso.
Alguém precisa fazê-los entender que democracia é cumprir as leis, mas com liberdade para serem discutidas sempre. Apenas o caos e anarquia as ignoram.

abril 13, 2008

Star Wars e a Política.

Todo mundo, mesmo que não goste, conhece as duas triologias de Star Wars - Guerra nas Estrelas. Quem não conhece favor procurar no Google e passar numa locadora.
O primeiro filme da série, na verdade o Episódio IV, revolucionou te tal forma o cinema em termos de narrativa, marketing e efeitos especiais que hoje é um ícone de gerações. Muitos explicam o fenômeno de popularidade que foi Star Wars por ser uma história clássica do bem contra o mal com naves espaciais e sabres de luz. Mas se atentarmos ao detalhe que as três triologias - sim, tem mais uma que o Lucas (George) disse que nunca seria fimada - já estavam escritas o Universo Star Wars é uma verdadeira aula de política, e isso passa despercebido.
Vamos seguir a ordem cronológica da História, não da procução dos filmes.
O Episódio I começa com um cerco da Federação do Comércio ao Planeta Naboo, querendo sobrepujar sua autonomia. Acossada por tão poderosa organização e a beira de serem invadidos e dizimados, a Rainha Eleita de Naboo (Naboo era um planeta democrático) apela então ao Senado Galático - uma espécie de ONU. Como já era de se esperar, o Senado Galático reluta em tomar uma atitude para manter a ordem e fazer cumprir as leis, o que demonstra a corrupção existente nessa organização, já que a Federação do Coméricio é uma das organizações mais ricas da República Galática. Analisando a fundo os dois primeiros episódios - A Ameaça Fantasma e Ataque dos Clones - fica claro que o tal Senado Galático não manda em nada, todo mundo faz o que quer, quando quer e ignora totalmente suposto poder que eles detém.
Fica claro, então, a necessidade de se colocar Lei e Ordem no Universo. O único que parece com coragem suficiente para isso é o Senador Palpatine, que é injustamente rotulado de vilão. Na verdade Palpatine é o herói da história, ao colocar um pouco de ordem no caos que havia se apoderado do Senado.
Ao ver os Episódios IV, V e VI constata-se que a maioria dos chamados rebeldes são foras-da-lei procurados e terroristas, com o apoio velado de Embaixadores e Planetas ditos independentes e neutros, mas que dão abrigo a esses criminosos. Por mais que Harrison Ford tenha carisma, que Chewbacca tenha vendido bonequinhos de ação não dá para ignorar que eles são contrabandistas procurados. Procurados por "mocinhos" e "bandidos" piores ainda que eles.
Star Wars é muito mais que uma história do bem conta o mal, Star Wars é uma crítica à situação político-social de vários países na época e, atualmente, ainda pode ser aplicada em várias partes do mundo. Como, por exemplo, na America Latina.
Esquecendo todo o simbolismo de "Lado Negro da Força", não consigo mais achar o Darth Vader tão vilão assim.

abril 03, 2008

Os filhos, os pais e os outros.

Não gosto de crianças. Para falar a verdade, não gosto de pessoas de um modo geral, convivo porque sou obrigado no trabalho, na rua e na família. Não chego a ser um eremita, mas se pudesse não conviveria com metade das pessoas que sou obrigado a conviver. E, consideranto todo o tipo de pessoa, os que eu menos gostos são as crianças e seus respectivos pais.
Na verdade, eu até desculpo as crianças pentelhas e mal educadas, a culpa não é delas, coitadas. A culpa é dos pais que não querem ou não ligaram para dar a elas uma mínima noção das coisas. Pais de crianças pentelhas são a pior espécie de pessoa que se pode ter o azar de conviver, mesmo que esporadicamente.
Esses pais, que acham que ser pai é só fazer o filho, nunca estão sozinhos, como notícias ruins, só andam acompanhados dos filhos. Só que estão acompanhados por obrigação apenas, porque chegando em algum lugar a primeira coisa que fazem é se afastar das crianças - eu até entendo o porquê de tal atitude. Aí a criança sem nenhum senso de limite e se sentindo abandonada pelos pais começam a pentelhar os outros, gritar, maltratar os bichos que possam estar por perto e/ou quebrar coisas. E tudo isso para quê? Para chamar a atenção dos pais relapsos, só que nunca funciona.
Mas pai só é relapso quando o filho está fazendo merda e incomodando os outros, vai você, que está sendo incomodado a horas falar ou fazer alguma coisa? O pai vira bicho, fica puto, diz que o filho é dele e tu não tem direito de falar nada.
Foda.
Só é pai nessa hora? Por que não percebeu que a porra da criança estava perturbando e não colocou um limite no infeliz antes? Mas não... Os filhos deles podem tudo, os outros que se explodam! Dane-se se quebraram alguma coisa sua, afinal "é só uma criança". É só uma criança mal educada. E nem dá para culpar os coitados, sendo que muitas vezes só fazem isso para chamar a atenção, se sentem abandonados. E têm motivos para isso.
Será que é difícil entender que quem não quis ter filhos foi justamente para não ter que aturar ciranças? Será que esses imbecis não podem respeitar a escolha de quem não quer ter que aturar fedelhos? Será que não dá para perceber que é deselegante - para usar O eufemismo - transferir suas responsabilidades para os outros?
Teve filho? Agora atura. Filho é para sempre. Querem o que? Ter filho e deixar para os avós, tios, vizinhos cuidarem para que possam continuar sua vidazinha miserável como se nada tivesse mudado? Ir para o choppinho e deixar a criança no tio. Ir para a balada final de semana e deixar a criança nos avós. Assim é fácil ser pai. Mas não é certo.
Antes que perguntem, eu não fui uma criança pentelha. Sempre fui educado e agradeço muito aos meus pais por isso.

abril 02, 2008

Atençoes indesejadas.

Engraçado como as pessoas que eu menos ligo, que eu convivo por uma infeliz coincidência e falo apenas por educação, são as que mais prestam atenção em mim. Chego, na maioria dos casos, a ficar incomodado com isso.
O que me incomoda nem é o fato que esses pobres coitados, sem nada para fazer, escolham catalogar em cada detalhe o que faço, como me visto, o que falo, o que penso, etc. O que incomoda mesmo é quando esses seres sem auto-estima acham que têm o direito de darem palpite no meu jeito. Isso é o que os torna mais desprezíveis.
Sei que não tenho uma boa postura ou aquele jeito que atrai muldidões de mulheres, existem várias coisas em mim que eu mudaria se pudesse ou soubesse como. Mas em momento nenhum, nenhum mesmo, eu iria pedir ou aceitar conselhos de uns manés que me colocam como parâmetro de alguma coisa.
Eu, quando presto atenção em alguém quer dizer que em alguma coisa considero esse alguém melhor que eu, logo, alguém que presta atenção em mim não vai ser melhor que eu, então porque eu levaria em conta essa opinião não solicitada e inoportuna?
Também não sou conhecido por sutilezas e politicagens. Me encheu o saco sou logo curto e grosso, aí esses intromeditos ficam melindrados e me causam de ser, adivinhe?, curto e grosso.
Dã. Novidade.
Agora eu um dia ainda pergunto a eles o que ou quem deu a eles o direito de me analisar sob os parâmetros deles? Não fui eu.
Demorei algum tempo para me desligar totalmente da imagem que podem fazer de mim para me concentrar apenas na imagem que eu quero uqe tenham de mim, que eu tenho de mim. Tem dado certo algumas vezes e, quando não dá certo, não ligo. Não é justo essas pessoas pequenas quererem me padronizar dentro dos pequenos limites que elas têm. Já estou muito além disso.