julho 30, 2007

A pedagogia contra a educação.

Antes de começar, quero deixar claro que sou um professor, não um educador. Trabalho com educação acadêmica, o que é diferente de educação de boas maneiras, obrigação dos pais. Eu tenho que ensinar o aluno, amar o "anjinho" é obrigação do pai e da mãe. Respeitem meu direito de não querer ter filho.
Isto posto, ficam mais fácil entender como a tal pedagogia é uma das principais responsáveis pela atual crise educacional e de valores que estamos passando. Promoveram - ou rebaixaram? - o professor que antes só ensinava à função de pai, psicólogo, padre... e agora temos a obrigação de amar e dar valores aos filhos dos outros. Jogaram em cima de nós essa responsabilidade de educar uma criança e, ao mesmo tempo, retiraram toda a autoridade necessária para isso. O resultado é esse que vemos aí.
Agora o que mais temos são professores estressados o tempo todo. Seja por questões profissionais, como a falta de interesse e respeito dos alunos somado à falta de respaldo por parte da maioria das coordenações "pedagógicas" do colégio, seja por questões financieras, como os baixos salários que nos obrigam a trabalhar mais de 50 horas por semana em sala de aula, fora a preparação e correção de aulas e provas no que deveriam ser nossas folgas.
Ciente de toda essa situação, a coordenadora pedagógica nos orienta a amar e dar ainda mais atenção aos alunos, como se fosse nossa obrigação.
Ah, pára!
Segundo esses teóricos da educação, que nunca enfrentaram um sala lotada, professor não é uma pessoa normal, não pode ter vida social ou qualquer outra vida fora do colégio onde dá aula. Não saímos, não nos divertimos, não temos lazer e nem sequer dormimos. Professor tem que ser professor 24 horas por dia, 7 dias por semana e estar sempre a disposição do colégio. Segundo esse pessoalzinho, se não dedicarmmos todo nosso tempo livre a bolarmos estratégias (adoram esse termo) para solucionarmos as carências dos filhos dos outros não somos profissionais dedicados.
Palhaçada.
Se médico, engenheiro, mortorista, gari sõ apenas profissões, porque um professor n~çao pode ser um profissional, tem que ter vocação?
Top, top, top para eles.

julho 20, 2007

Indignação.

Primeiro foi o "relaxa e goza" da ministra do turismo Marta Suplicy. Agora, gravado em vídeo e espalhado via internet a reação de festa sobre uma possível falha mecânica no avião da TAM. Basta clicar aqui para ver o Acessor Especial da Presidência e o Acessor de Imprensa da Presidência comemorando de forma moralmente obcena a notícia que um dos reversores do Airbus havia apresentado defeito. A prova que essa é a atitude é condizente com o governo que temos é que até agora nenhum pedido de demissão ou pelo menos desculpas foram apresentadas.
Mas nem é disso que eu quero falar. De toda essa história, o que me deixa triste mesmo é a falta de indignação que a cena causou. Tudo bem que desse governo imoral que esta aí não podemos esperar nada mesmo, mas da população? Ninguém comenta nada, ninguém se indigna com nada, ninguém cobra providências, nada. E quem reclama, quem se sente ofendido com essa imagem, como eu me senti, é taxado de coisas que variam de puritano a reacionário.
Na verdade ninguém liga mais pra nada, não se espera nada, não se cobra nada e, parece, não há esperança de que nada melhore. A tendência dessa apatia é so piorar as coisas até chegar num ponto de barbárie onde não vai haver mais volta. E, a não ser que eu esteja sendo muito pessimista, esse ponto de não-retorno esta muito próximo.

julho 17, 2007

Limites.

Todas as pessoas têm seus próprios limites. Esses limites não são definidos por uma equação exata, pelo contrário, variam muito dependendo do assunto e da pessoa que provoca. O problema é que ninguém sabe onde realmente é o limite do outro e normalmente vai além de onde seria seguro ir.
Outro roblema se dá quando, por alguma razão, esse limite é menor que se pensava a princípio. O que fazer quando ele é atingido? Expandi-lo um pouco mais ou resolver o problema de forma definitiva?
Eu sempre opto pela segunda opção: resolver definitivivamente o problema. Tomo as medidas que me parecerem as melhores no momento e não raro percebo que poderia ter agido de modo diferente. Só que uma vez tomada um decisão eu não volto atrás. Não sei voltar atrás nem quero aprender. Mesmo sabendo que agi de forma errada mantenho até o fim o que fiz.
Muitas vezes, por causa disso, evito fazer algo e me arrependo pela inércia. Outras já fiz algo precipitado e me arrependi também, algumas eu acertei, tanto em um quanto em outro caso. Não segue um padrão. Essa característica de não saber voltar atrás mesmo quando se sabe estar errado algumas pessoas chama de teimosia. Prefiro chamar de personalidade.

julho 13, 2007

A Marca.

Não acredito em destino, carma, azar ou coisas do tipo. Mas existem horas que eu quase sou convencido que isso é verdade. Para algumas pessoas pelo menos. Pessoas que nascem com algum tipo de marca que, tudo que tocam, apodrece. Que todos os planos que fazem são abortados. Que a tudo que se apegam lhes é tirado. Sem explicação, sem motivos.
Tem gente que parece estar aqui apenas para preencher algum espaço na vida dos outros, apenas para ser coadjuvante. A essas pessoas, quando não estão fazendo o seu "papel", é negado tudo. Só servem para fazer figuração.
Tudo que essas pessoas tentam fazer fora do "roteiro" quando o "diretor" percebe manda cortar na hora, quase sempre de maneira abrupta. A insitência gera ainda mais penalidades. Para essas pessoas tudo é negado, resta apenas resignar-se e aceitar o nome no final dos créditos da vida de alguém.
-x-
Acho que ninguém (das duas ou três pessoas que passam por aqui) vai entender isso mesmo, mas precisava ser escrito.

julho 11, 2007

Ah, o Amor...

Ah, o Amor... sentimentozinho besta e, normalmente usado como desculpa para nos acovardamos diante de uma mudança ou aceitarmos sutuações com as quais não concordamos.
Lendo esses dias sobre mudar de profissão vejo munita gente usando a desculpa que "está insatisfeiro mas ama o que faz. Então como largar?". Idiotice. Se esta insatisfeito, seja com o emprgo ou com a mulher, muda. Arrisca algo novo. Na pior das hipóteses vai ficar insatisfeito de novo, mas insatisfeito com uma coisa nova. Uma nova insatisfação e melhor que uma velha mantida por covardia.
Não tenho nada contra o amor, nem nada a favor, mas é revoltante pessoas usarem essa palavra para justificarem seus fracasso e sua apatia em situações incômodas.
-x-
Esse post ficou uma porcaria. Deveria largar esse blog, mas como largar algo que amo.
[ironia modo off]

julho 09, 2007

Live Earth.

Esse final de semana em NY, Londres, Rio e em mais 6 cidades que eu não vou procurar aconteceu um evento em prol do meio ambiente - o que quer que isso signifique - batizado de Live Earth (Terra Viva). Mais um daqueles eventos cheios de gente do bem para pensar positivo e mandar energia para resolver os problemas do mundo. Ou seja, mais uma coisa inútil sem resultados práticos. Nem para arrecadar dinheiro serviu já que - pelo menos no Brasil - foi de graça.
Mas isso é o de menos. Queria saber de quem foi a brilhante idéia de fazer um evento para o meio ambiente numa praia. Nada mais contraditoriamente imbecil. Imagina milhares de pessoas na praia, pisando a areia, jogando pontas de cigarro, latas, plásticos e garrafas na areia, mijando na água. Isso sem contar a sujeira nas ruas próximas. Muito ecológico, realmente. A Princesinha do Mar deve estar muito agradedcida.
Depois eu sou chato porque não participo dessas coisas e ainda considero palhaçada. E nem vou pedir para me explicarem o que Xuxa tem a ver com meio-ambiente.

julho 08, 2007

Shows "di grátis".

Parece que virou moda em expos, feiras, aniversário de cidades ou sem motivo algum aparente colocar atrações de grande porte de graça para a população. Normalmente por trás dessas festas tem um político querendo se promover. O lado bom é que muita gente que não tem grana sobrando para pagar um show ou mora longe de uma casa de espetáculos decente tem a oportunidade de ver um bom show, sair das mesmices de MCs e bandas decadentes de pagode.
O lado ruim é que vai qualquer um. Ontem mesmo, no show do Jota Quest - de graça na Expo Itaguai - tinha muita gente ali que estava só por estar. Nego tendo um show bom - porque o show dos caras é bom, não dá para negar - e reclamando que queria estar num desses bailes de "5 real" com "dose-dupla a noite inteira" onde só rola fanque. E todos, sem exceção de cor, raça ou sexo que eu vi reclamando era gente feia a muito feia. Mas se eu falo é preconceito.
Se era um lugar com gente civilizada (não tinha empurra-empurra, e os trenzinhos só eram formados por coisas como essas que eu citei acima) e, por causa disso talvez, eles não estavam se sentindo bem, por que não ir para onde eles gostam? Pra que não ir ouvir fanque, pagode, ver aquela gente "bonita" com cofrinho aparecendo e cheios de Kolene no cabelo? Vai lá, paga entrada e depois se acotuvela para pegar a tal dose-dupla, beijar quinhentas bocas diferentes e pegar sapinho.
É por isso que eu tenho preconceito contra gente que escolhe se comportar assim. Aliáis, nem é preconceito, é conceito muito bem formado mesmo.

julho 02, 2007

Derrotismo.

Hoje fui questionado, com certa agressividade até, por que "me acho inteligente". Dei uma resposta polida: "se eu não me achar inteligente, quem vai achar?" Estranhamente não quis continuar a polêmica. Agora me arrependo, deveria ter respondido a mais pura verdade: me acho inteligente porque sou inteligente, porque posso me achar inteligente. Ponto.
Inteligente e arrogante o suficiente para admitir isso em voz alta. Não sei de tudo, é claro, mas aprendo tudo que me disponho a aprender. Como já disse antes, a inteligência às vezes e um entrave, não uma vantagem.
Mas, voltando ao assunto, o que certo tipos de pessoas têm contra quem se acha inteligente, quem demonstra conhecimento? Tenho culpa de neguinho (lá vem a patrulha PC) ter auto-estima baixa e se sentir diminuido frente aos outros? Ah, que se danem. Eu não diminuo ninguém, pelo contrário, eu sempre - tá, na maioria das vezes - tento fazer com que as pessoas percam seus limites e confiem mais nelas. Agora, se elas não têm ou não se sentem inteligentes o suficiente perto de mim, problema delas, ora.
Não sou nem um pouco modesto, mesmo proque sou o primeiro a admitir meus defeitos. E mais, acho que modéstia é para fracos. Quem nos cobra modéstia são sempre aqueles que se acham menos que os outros. Detesto gente assim, pessoas que não tentam subir, por medo, por preguiça ou por incapacidade e tentam diminuir os outros. Pior ainda, tentam forçar os outros a se diminuírem para finalmente poder dizer que são iguais.
Não consigo olhar ou me espelhar em quem considero abaixo de mim, também não invejo que eu considero acima, pelo contrário, se alguém tem alguma característica que eu admiro eu tento EU me tornar melhor, para igualar. Nunca vou querer que outra pessoa se rebaixe apenas para satisfazer meu combalido ego.
Só sei olhar pra frente, pra cima. Não sei se isso é um defeito, mas sei que eu tenho orgulho dele.