abril 28, 2007

Falta do que Fazer.

Às vezes me pego desejando a vida que algumas pessoas têm. Parece um vida perfeita, sem problemas nem preocupações. Uma vida tão enfadonha que esses pobres infelizes criam uma grotesca necessidade de tomar conta da vida dos outros. Como não têm problemas reais, vivem num mundo perfeito, precisam se compadecer do sofrimento alheio, precisam jogar sobre seus ombros um manto heróico e levar a luz prórpria da sabedoria (a luz própria deles, não a da sabedoria, que fique claro) ao não-iluminados. Uma missão honrosa, com certeza.
Mas, pensando bem, eu não sei se realmente quero uma coisa assim para mim. É triste não ter perspectivas, planos ou ambições, é deprimente precisar de outras pessoas, de problemas de outras pessoas, da vida de outras pessoas para se sentir vivo. Nao sei se gostaria de, no final dos meus dias, olhar para trás e constatar que a vida passou por mim, e não eu pela vida.
Prefiro, sem dúvidas, meus problemas, preocupações e frustrações. Meu ego se infla - involuntariamente - sempre que alguém se incomoda por eu ser apenas... eu. Principalmente quando se incomodam a ponto de se aborrecerem. As explicações pseudo-psicológicas e pseudo-filosóficas para o que eu falo ou faço, a dúvida se eu falo tudo mesmo 100% sério ou não me diverte.
Sou vaidoso em algumas poucas coisas, mas saber que têm pessoas que para mim são insignificantes a ponto de eu nem saber ou lembrar o nome, o rosto e muito menos de onde posso conhecer mas que se preocupam com o que eu sou (mesmo que tenham inveja ou se irritem com isso) me envaidece a ponto de eu exagerar alguns defeitos só para dar um gostinho a mais desse povinho primitivo de se preocupar comigo.

abril 23, 2007

Patriotismo e ufanismo.

Não sei se posso dizer que tenho orgulho de ser brasileiro, pois tenho vergonha de muitas coisas que acontecem no Brasil, prinicpalmente as relacionadas ao jeitinho brasileiro e à lei do Gerson (coitado, que nada tem a ver com isso). Mas tem coisas no Brasil, coisas boas, que não existem em lugar nenhum do mundo. Me deixa triste não haver incentivos para que o potencial criativo do povo seja explorado. Parece que há uma política oculta que cuida de esconder as qualidades dos brasileiros, que já não são muitas.
Existem pessoas que não têm esse equilíbrio que eu tenho, existem pessoas que amam algo, por pior que seja, só porque é brasileiro e outras que odeiam algo, por melhor que seja, só porque é brasileiro. No primeiro caso desprezam idéias, comportamentos e outras coisas que vem de fora apenas por virem de fora, não analisam e deixam passar muitas coisas boas. O pior é a celebração de certos defeitos com a desculpa mais que esfarrapada de ser uma característica que torna nosso povo único.
Único em que? Único em corrupção? Em desonestidade? Isso e motivo de orgulho?
Acredito que seria melhor para nós se tirassemos a cabeça de nosso próprio umbigo e víssemos mais como os exemplos que deram/dão certo, de onde quer que venham, possam melhorar nossa vida. Parássemos com o ridículo anti-americanismo e parássemos para filtrar o que de bom ou ruim vem de lá, parássemos de achar que qualquer coisa que esses déspotas de manual do Perfeito Idiota Latino-Americano diz é bom, só porque é anti-USA.
Sim, eu estou ficando chato com essa coisa de política porque a política brasileira está piorando a minha vida a cinco anos seguidos.

abril 22, 2007

O Capital.

Desde de o século XIX é moda falar mal do capitalismo, tudo isso por causa do livro de Marx. Aliáis, dizem que as idéias foram roubadas de Max Webber, o que já caracteriza as "boas intenções" do autor. Um livro com uma idéia até bonita, mas como eles próprios dixam claro, uma utopia. Um livro com ideiais justos mas métodos execráveis e canalhas, métodos que defendem a violência, assassinatos e governo totalitaristas. Métodos aliais seguidos a risca por todas as sociedades que tentaram colocá-los em prática.
Um livro que deveria ser banido, ou lido apenas com orientação especializada. Um livro que é diretamente responsável pelo atraso tecnológico e social de mais de meio século de 40% da população mundial. Um livro responsável por guerras e assassinatos. Um livro que esterminou mais de 90 milhões de pessoas só por que discordavam de seus "justos ideais", sem contar os mortos de fome, frio e outras misérias.
Esá tudo lá, em documentos, em livros de história, mas os marxisitas insistem e desconsiderar a história. George Orwell, em 1984, disse bem o que se passa na cabeça deles: "Quem controla o presente controla o futuro. Quem controla o passado controla o presente". Baseado nessa máxima roubada de um capitalista, esses esquerdopadas (termo apropriado desse cara aqui) teimam em negar a própria história do comunismo e ainda insultam nossa inteligência com a desculpa esfarrapada de que nenhum regime comunista/socialsta carniceiro (vide a URSS de Lênin e Stalin, Cuba de Fidel, Camboja de Pol Pot, os exemplos são tantos) praticou o verdadeiro comunismo.
Se eles já eram comunistas, porque não verdadeiro? A resposta é simples: comunismo e uma utopia e deve ser tratada como tanto.
Não que o capitalismo seja a oitava maravilha, mas é o único sitema até hoje que dá oportunidade para se melhorar de vida baseado apenas no esforço e no trabalho, sem que o governo te atrapalhe muito. O problema que um bando de vagabundos invejosos querem ter uma Ferrari na garagem sem trabalhar para tanto.
Os judeus, execrados por serem capitalistas, nos ensinam que a riqueza vem em gerações, não por mágica. Poupe moedas e seu filho terá tostões, ensine seu filho a poupar e seu neto será rico.
O único comunista decente nesse mundo foi o Gorbachev, que acabou com o comunismo, embora dois "paraísos" ainda teimem em isistir, as custas do povo, em serem comunistas.

abril 04, 2007

O egoísmo do silêncio.

Praticamente toda minha vida fui forçado a andar de transporte público. Ônibus, trens, vans, nada disso era problema, desde que chegasse rápido no lugar onde eu queria ir. Viajei várias vezes em pé, espremido entre outras pessoas, no calor, parado em engarrafamentos e nunca liguei muito. Não tinha opção mesmo.
Com algum esforço consegui, uns 3 anos atrás, comprar um carro.
Nunca mais consegui conviver com transporte público de novo. O que me incomoda hoje nem é a falta de conforto, a demora. O que me incomoda são as outras pessoas. Odeio que fiquem esbarrando em mim, puxando assunto comigo. No máximo um "bom dia" ou "pode me informar as horas?". Nada mais. Não quero saber da vida, ou melhor, dos problemas - já que gente assim só sabe falar de problemas e fazer fofoca - de ninguém. Quero viajar em silêncio. Só isso.
Essa é a vantagem do carro, é por isso, e apenas por isso, creio, que cada vez tem mais carros na rua e os carros estão com cada vez menos pessoas. Muitas vezes, dirigindo, é o único momento onde encontramos paz na atribulação da rotina. Não dá para desperdiçar.
O trajeto casa-trabalho sem ninguém falando, sem família aborrecendo e muito menos desconhecidos enchendo o saco passa a ser a hora mais feliz do dia.